27 de abril de 2018

C.R.E.E.P.Y: GREI


C.R.E.E.P.Y: GREI
Esta série é um compilado de histórias de terror psicológico, suspense, mistério e que sempre irão trazer uma reflexão sobre o mundo em que vivemos. Diversos universos serão explorados aqui. Esta história não tem a intenção de ofender ninguém. Fatos que se assemelhem com a realidade podem se tratar de coincidência ou realmente de algo verídico. Concentre-se e entre no clima.

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"Na verdade, ao mesmo tempo que é mais simples do que muitos pensam, também é mais complicado. Confesso que tem me incomodado ver aqui todas essas postagens sobre o assunto; sei que devemos ter pelo menos dez jogadores reais aqui e o jogo se espalhar pode tornar as coisas mais divertidas. 

Contarei o que aconteceu comigo... Há cerca de três anos, nos fóruns, eu costuma usar fakes. Conheci certo perfil interpretativo de uma garota, trocamos algumas mensagens e o msn. 


Tirando eu, lembro que ela só tinha adicionado o namorado. O namorado usava a foto de uma pessoa com cabeça de coelho no perfil; ela não. Recordo-me apenas com certeza que ela usava essa foto no MSN.

A garota era realmente estranha, não falávamos muito de interpretação fake e ela parecia obcecada pelo namorado. Nosso contato não pendurou um mês até que ela simplesmente sumiu. Mas não esqueci. Não tinha me apaixonado, nem nada, mas aquela foto e aquele jeito único foram o bastante para cravarem uma imagem nítida na minha memória. 

Dois anos se passaram e o movimento do fórum já não era como antes. O aparecimento de novas redes sociais fizeram com que boa parte dos usuários migrassem e deixassem de usar o bom e velho orkut. Eu nunca tive muito amigos, então, preferi optar a continuar no orkut aonde podia ter uma interpretação casualmente. Até que um dia um perfil me adicionou. 

Era outra garota. Dessa vez, era uma com uma foto de cavalo. Achei engraçado e na hora me veio à mente a imagem da outra garota, aquela Coelha, mais antiga. Adicionei e comecei a trocar umas mensagens. 

Essa nova garota era realmente muito agradável de conversar. Confesso, na época, aos 18 anos, acabei me interessando pelo jeito da garota. Ela conhecia diversos assuntos e partilhava de vários interesses iguais o meu, e como não tinha muitos amigos e minha vida social se resumia ao computador, aos poucos fomos criando fortes laços, quando ela começou a perguntar certas coisas estranhas. 

Ela me perguntou se eu já havia conhecido um Coelho ou um Cavalo. Eu brinquei, falando que já havia estado perto desses animais certa vez. Ela respondeu fria, fora do usual, e disse que não estava brincando. Que pelo que ela viu, eu já tinha conversado com uma Coelho. Como ela sabia? Será que ela estava fazendo referência a antiga garota que eu conheci? Isso não importava muito, mas respondi com sinceridade. 

Ela me questionou a relação e eu expliquei com sinceridade tudo que aconteceu; era realmente estranho, e um misto de curiosidade me fez entrar naquilo. Passou-se uma semana e ela propôs um encontro. "Caralho, interessante do jeito que ela é podemos ter uma boa experiência." 

Ela morava a cerca de três cidades vizinhas e combinamos de nos encontrar em SP. Prefiro não citar aonde é minha cidade para não complicar as coisas do meu lado. Ela era linda e por sorte não era um gordo tetudo. Já havíamos trocado algumas fotos antes e era a mesma pessoa. Conversamos, fomos a um barzinho relaxar um pouco (era quase 8 da noite, eu sabia que ia rolar algo) e nos pegamos um pouco - nada fora do normal. Foi então que ela disse que tinha um lugar para me levar. 

Pensei, no fogo do momento, que deveria ser algum lugar especial pra gente ... Acompanhei-a, sendo que eram quase 10h, por algumas ruas que eu não conhecia bem até chegar em uma casa no meio de uma rua pouco movimentada. Não vou passar o endereço por motivos óbvios. Entrando lá havia cerca de 15 pessoas. Todas elas portando máscaras de cavalo. Na verdade, foi o que eu consegui contar pelos cantos da casa - todas me cumprimentaram, passei pela sala, cozinha, um corredor e fomos a uma área externa ao fundo da casa. 

Ela pegou uma máscara e colocou em si própria. Começou a contar de um jogo. Um jogo que começou muito antes da internet se tornar popular mas que tornou-se bem mais acessível depois do aparecimento desta. Ela disse que era algo que iniciou-se da França, em torno do século XVI. Algo antigo mesmo. Disse que aos poucos formou-se sociedades pelo mundo todo e duas grandes famílias: Os cavalos e os coelhos. 

Ela me contou certas particularidades entre as famílias. Os coelhos afirmam-se e tem atitudes mais lunáticas, gostam de um jogo agressivo e psicótico. Disse que a maioria deles jogam em duplas ou sozinhos e sua fonte de informação é imensa. 

Me disse que os cavalos tem uma postura mais passiva, são os coordenadores e mexem mais com a manipulação social. Isso estava na mídia, em tudo. Ela citou um exemplo - A Playboy. O sexo é uma ferramenta agressiva que sem muitas dificuldades podem alienar parte da população. Os cavalos, bom, nos dias de hoje não poderia fazer alusão a um desenho que está muito famoso, de uma forma bem mais calma, não? 

Ela disse que quem trabalha com a mídia são Os Grandes - a grande maioria concentrada em países externos. Ao redor do mundo temos os demais jogadores, que não possuem muitas diferenças entre si. Ela disse que o real objetivo de jogo é algo muito maior, e a principal busca é o controle. Certas coisas não devem ser comentadas em prol de meu grupo - Pois ela me propôs: Quer entrar pros cavalos? - e fascinado, não rejeitei. 

Apesar dessa parte técnica, acontecem muitas coisas. Encontros, festas e relacionamentos. No geral tem alguns que só querem saber de zoar; mas pra mim a real diversão é jogando. Vocês não tem ideia de como é um jogo. Como é a troca de pontos, como é poder confiar em um membro da família. 

Por fim posso contar a atual relação entre cavalos e coelhos: A princípio, bem no começo do jogo, não nos dávamos bem. Mas com a globalização e o fluxo de informações uma parceira é feita, venda, troca e fluxo de informações são constantes. Alguns membros tem uma ideia errônea do jogo e acabam fazendo merdas sem tamanhos (no geral, os coelhos). 

Há pequenas famílias que tentam se criar, mas creio que nenhuma realmente forte no Brasil. As realmente importantes e que vão liderar tudo daqui um tempo serão Os Coelhos ou Os Cavalos. 

Isso é tudo o que eu posso contar. Na verdade, nem poderia ter contado isso, mas as coisas andam paradas. Eu diria para terem cuidado. 

Não tem uma informação que não conseguimos. Não tem um jogo que não possa ser resolvido. Só temos medo de um só grupo... Aquelas mulheres...

E eu, como membro dos cavalos, digo uma última coisa: 

Quando os coelhinhos vão parar de se esconder na toca?”


Esse texto foi retirado da DeepWeb, não foi escrito por mim. Talvez eu corra algum risco por falar dela. Algumas fotos de coelhos, cavalos e ursos foram encontrados. A foto mais intrigante mostrava várias mulheres encapadas com roupas pretas lideradas por outra mulher encapuzada, com roupa vermelha.




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