25 de dezembro de 2017

THE CLAN: Episódio 03


...

Saia justa. Cabelos loiros e curtos. Aquele olhar parecia deixar Raven inquieta. A bruxa mais poderosa do clã parecia nervosa, o que fazia com que o sentimento de medo reinasse sobre todas as meninas restantes. A mulher continuava a observar a Patrona, com seu sorriso desesperadamente sarcástico e enigmático. Seus dedos seguravam, delicadamente, uma bolsa preta e graciosa, os outros sustentavam uma carta envelopada, com marcas de batom.


            A mulher aproximou-se das garotas. As pessoas que passavam evitavam olhar, por não saberem qual das meninas era a mais estranha. A moça tirou seus óculos escuros, fixou o olhar em Raven e se retirou após a entrega da carta, seguida por um sorriso grande e amedrontador. A expressão de Raven não estava mais indicando preocupação, mas certa raiva ou revolta.

            A bruxa virou-se para sua casa e partiu caminhando.lentamente, enquanto Jeniffer questionava-se sobre perguntar ou não do que se tratava a carta enviada. Seus pensamentos estavam confusos. O que era aquela mulher? Ou pelo menos, porque ela passou longos minutos encarando-as? De qualquer forma, Jeniffer não estava temerosa, era uma bruxa.



            Raven entrou bruscamente na casa, trancando a porta com muita força, fazendo com que algumas pessoas próximas ao local se assustassem. Ela sentou-se calmamente sobre uma cadeira e abriu a carta com cuidado. Após ler cada palavra, seus olhos viraram e a carta incendiou-se imediatamente. Logo, jogou as cinzas no chão e as esmagou.

            “Não pode ser algo bom”, pensou Jeniffer. Jubileu questionou: “Algum problema, Raven?”. Nenhuma resposta foi ouvia por sessenta longos segundos. A Patrona finalmente abriu sua boca, em um tom zangado: “Tudo está errado, nada está certo!”. Ninfa questionou-a novamente: “Raven, você precisa nos dizer do que se trata, imediatamente!”.

            A bruxa mais poderosa do clã respirou fundo, suas pálpebras tremiam. Ela levantou-se delicadamente de onde estava sentada e, após pensar sobre como falar, resolveu acalmar as dúvidas gritantes de suas irmãs. Ela falou: “Nós temos uma concorrência na cidade. São bruxas em um número muito superior ao nosso, solicitando a remoção de nossas meninas daqui.”.

            Lizzie resolveu opinar: “Acho que tem lugar suficiente para dois clãs nesse fim de mundo”. Raven rebateu: “O único problema é que essas idiotas estão desafiando a gente, estão nos ameaçando. Simplesmente disseram que temos vinte e quatro horas para sairmos daqui ou elas mesmas vêm nos matar, viram só? Minha moral está acabando, queridas garotas. Estão achando que somos bruxinhas quaisquer, recém iniciadas, mas isso não pode ficar assim, nem vai!”.

            “O que você está querendo nos dizer Raven? Vamos entrar em um conflito com elas? Não são bruxas, como nós?” falou Tiffany. Raven, então, lembrou-se de um detalhe que se esquecera de contar: “Ah, mas que tolice a minha... Esqueci-me da informação mais importante... Elas não são bruxas comuns. Basta a vocês saberem que são uma abominação e, com certeza, não são como nós.”

            “Mas o que elas têm de mais?” questionou Jeniffer pela primeira vez. Raven sorriu, inspirou: “Minha cara, com certeza já ouviu falar em contos de homens se transformando em animais e uivando na noite de lua cheia... Elas são como eles, só que nem precisam se transformar e nem precisam de lua cheia, já são monstros deformados por natureza, agarrando presas na calada da noite. São animagos.”.

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