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Saia justa. Cabelos loiros e
curtos. Aquele olhar parecia deixar Raven inquieta. A bruxa mais poderosa do
clã parecia nervosa, o que fazia com que o sentimento de medo reinasse sobre
todas as meninas restantes. A mulher continuava a observar a Patrona, com seu
sorriso desesperadamente sarcástico e enigmático. Seus dedos seguravam,
delicadamente, uma bolsa preta e graciosa, os outros sustentavam uma carta
envelopada, com marcas de batom.
A mulher aproximou-se das garotas. As pessoas que
passavam evitavam olhar, por não saberem qual das meninas era a mais estranha.
A moça tirou seus óculos escuros, fixou o olhar em Raven e se retirou após a
entrega da carta, seguida por um sorriso grande e amedrontador. A expressão de
Raven não estava mais indicando preocupação, mas certa raiva ou revolta.
A bruxa virou-se para sua casa e partiu caminhando.lentamente,
enquanto Jeniffer questionava-se sobre perguntar ou não do que se tratava a
carta enviada. Seus pensamentos estavam confusos. O que era aquela mulher? Ou
pelo menos, porque ela passou longos minutos encarando-as? De qualquer forma,
Jeniffer não estava temerosa, era uma bruxa.
Raven entrou bruscamente na casa, trancando a porta com
muita força, fazendo com que algumas pessoas próximas ao local se assustassem.
Ela sentou-se calmamente sobre uma cadeira e abriu a carta com cuidado. Após
ler cada palavra, seus olhos viraram e a carta incendiou-se imediatamente.
Logo, jogou as cinzas no chão e as esmagou.
“Não pode ser algo bom”, pensou Jeniffer. Jubileu
questionou: “Algum problema, Raven?”. Nenhuma resposta foi ouvia por sessenta
longos segundos. A Patrona finalmente abriu sua boca, em um tom zangado: “Tudo
está errado, nada está certo!”. Ninfa questionou-a novamente: “Raven, você
precisa nos dizer do que se trata, imediatamente!”.
A bruxa mais poderosa do clã respirou fundo, suas
pálpebras tremiam. Ela levantou-se delicadamente de onde estava sentada e, após
pensar sobre como falar, resolveu acalmar as dúvidas gritantes de suas irmãs.
Ela falou: “Nós temos uma concorrência na cidade. São bruxas em um número muito
superior ao nosso, solicitando a remoção de nossas meninas daqui.”.
Lizzie resolveu opinar: “Acho que tem lugar suficiente
para dois clãs nesse fim de mundo”. Raven rebateu: “O único problema é que
essas idiotas estão desafiando a gente, estão nos ameaçando. Simplesmente
disseram que temos vinte e quatro horas para sairmos daqui ou elas mesmas vêm
nos matar, viram só? Minha moral está acabando, queridas garotas. Estão achando
que somos bruxinhas quaisquer, recém iniciadas, mas isso não pode ficar assim,
nem vai!”.
“O que você está querendo nos dizer Raven? Vamos entrar
em um conflito com elas? Não são bruxas, como nós?” falou Tiffany. Raven,
então, lembrou-se de um detalhe que se esquecera de contar: “Ah, mas que tolice
a minha... Esqueci-me da informação mais importante... Elas não são bruxas
comuns. Basta a vocês saberem que são uma abominação e, com certeza, não são
como nós.”
“Mas o que elas têm de mais?” questionou Jeniffer pela
primeira vez. Raven sorriu, inspirou: “Minha cara, com certeza já ouviu falar
em contos de homens se transformando em animais e uivando na noite de lua cheia...
Elas são como eles, só que nem precisam se transformar e nem precisam de lua
cheia, já são monstros deformados por natureza, agarrando presas na calada da
noite. São animagos.”.
Ameeeeei
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