18 de dezembro de 2017

THE CLAN: Episódio 02


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As crianças da frente estavam sentadas na calçada em seu divertimento. Lizzie, uma das meninas estava a observar de longe. Suas roupas eram escuras e seus cabelos estavam presos em um penteado clássico. Sua idade era de, aparentemente, doze anos. Luana, que costumava ser uma menina divertida e amigável, aproximou-se da criança excluída. Exclamou palavras animadas e puxou seu braço para conduzi-la até a roda de amigos.


            A expressão de Lizzie, no entanto, denunciava sua raiva em ter sido convidada. Enquanto Luana tentava leva-la até seus amigos, Lizzie ergueu sua mão para frente, como se estivesse empurrando o ar. Incrivelmente, logo após o movimento estranho da garota, Luana foi jogada a uma velocidade impressionante contra uma grande árvore localizada perto do lugar. As crianças arregalaram seus olhos para Lizzie. Ela sorriu.

            Ao longe, de dentro da casa das estranhas moças do clã secreto, saiu outra mulher. Cabelos ondulados e longos mostravam sua beleza. Seu nome era Ninfa. Ela sinalizou para Lizzie e a mesma apenas caminhou na direção da casa sem pronunciar uma palavra. As duas entraram e fecharam a porta com uma força enorme. As crianças continuaram perplexas paradas no canto onde estavam, trocando olhares de espanto, admiração e preocupação com a amiga Luana, que continuava desacordada perto da árvore onde fora, sobrenaturalmente, lançada.
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            Raven passou longos minutos olhando nos olhos de Lizzie. Finalmente, a mulher conseguiu respirar. Reuniu todas as meninas. Olhou para cada uma e falou: “Eu sou a Patrona deste clã. Mais profissionalismo, queridas irmãs. Não quero fogueiras, tochas ou lanças cercando nosso lar. Sabe da notícia que tive há uma semana? Uma moça foi queimada viva no sul da cidade. Não sabem ao certo o porquê, mas é como se fosse Salem de novo. Não quero nenhum tipo de exposição.”.

            Lizzie baixou a cabeça e demonstrou profunda tristeza. Expor-se em pleno plano de vingança parecia ser algo não muito proveitoso. O espaço e o número de bruxas e bruxos no mundo estavam diminuindo mais e mais a cada dia. Além dos genes de dons serem suprimidos e excluídos através das gerações, os massacres em interiores por parte de crenças antibruxas voltaram com força total. Raven podia visualizar os gritos de horror em Salem na era da escuridão. Milhares de pessoas inocentemente queimadas em uma fogueira, para que nenhum dom de ressureição ou cura fosse capaz de reanimar as pobres vítimas das pessoas iradas.

            Jubileu concordou. Ela tinha um dom especial, onde podia causar dor apenas com seu toque. Entre suas parceiras, era conhecida como ‘Viúva Negra’. A segunda a sinalizar um “Sim” com a cabeça foi Tiffany, com suas habilidades extraordinárias de vidência avançada e controle mental. Logo após ela, a bruxa chamada Ninfa, com um poder incrível de penetrar no cantinho entre a morte e a vida, promovendo curas e reanimações, afirmou que essa era a melhor alternativa sem nenhuma sombra de dúvida.

            Jeniffer era a mais nova na convenção. Fora selecionada e resgatada de um grupo de jornalistas em uma casa abandonada. Tinha, como todas, habilidades telecinéticas e uma fraca pirocinese que clamara por controle e crescimento. Ela já conseguia entender sua forma de agir, mas a motivação ainda estava oculta. O que elas estavam buscando exatamente naquela cidade? Jeniffer não estava entendendo, mas ainda conseguia ouvir rumores entre as garotas de um clã inimigo próximo.


Nada era oculto entre o corpo da convenção, mas nas vezes em que o assunto tinha sido comentado, Jeniffer continuou desatenta e não conseguia mais assimilar o que estava acontecendo. Sua vontade de perguntar mais uma vez era suprimida por seu desejo obscuro de buscar a unidade com o grupo. Ela desejava chacina. Ela deseja ser o que uma bruxa de fato é.

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