The HOUSE – O primeiro capítulo
Os jovens May Triss Williams, Jhenifer
Crownly, Bill James e Savannah Hill caminhavam sem parar nas escuras trilhas do
interior macabro da cidade. A luz da filmadora de Bill piscava a cada trinta
segundos, indicando que estava carregada e pronta para uso. Os pensamentos dos
jovens jornalistas eram quase audíveis, eles tinham a “missão impossível” de
resgatar a TV Green do buraco da falência.
Ideias já tinham sido ditas a respeito
desses acontecimentos, mas a escolhida por seus superiores foi algo que a pobre
Jhenifer não concordava: atividade paranormal. A jovem era medrosa demais para
pensar em algo sobrenatural, embora fosse muito cética em relação a isso. Seu
namorado Bill James era o filmador oficial do jornal, ele era muito bonito e
ostentava um rosto simétrico e um corpo escultural. Savannah era a mais
inteligente e calma de todas, foi recrutada
pelo jornal para se responsabilizar pela criação de falas e roteiros de
reportagem, ela sempre foi a corretora de redações do mesmo. May Triss era
baixinha e bonita, sua personalidade forte atraia até mesmo garotos que já
namoravam, como no caso de Bill, sempre se sentiu a líder de todo o grupo por
ser a repórter oficial e a mais famosa.
O grupo avistou alguém recolhendo
frutas. Uma mulher, aparentemente nativa, vestia uma capa cinza com muitas
bolinhas pretas. A qualidade do tecido e as próprias estampas denunciavam que
suas vestes haviam sido feitas em casa por ela mesma ou por alguma vizinha. May
estava muito ansiosa para esperar algum de seus amigos reagirem, então se
aproximou rapidamente da figura estranha, que trazia uma simpatia nata em seu
olhar.
May
Triss: Com licença...
Mulher: Olá? Posso
ajudar?
May
Triss: Somos repórteres de um jornal muito famoso chamado TV Green, me
chamo May e estes são Savannah, Bill e Jhenifer... Estamos realizando um
documentário por aqui, no interior, procurando... Como posso dizer?... Lugares
com “atividade paranormal”... Por acaso você conhece algum?
Mulher: Ohhh não... As
pessoas daqui são muito pacíficas, moro aqui desde criança com a minha mãe e
nós nunca ouvimos nada...
Bill
James: Que pena...
Mulher:
Mas
se vocês quiserem voltar logo para a estrada principal, posso mostrar um atalho
muito rápido.
Bill
James: Com certeza! Vai ser uma ótima ajuda...
A mulher olhou todos sorrindo e saiu
andando rumo ao atalho enquanto os quatro jovens a seguiam. May estava triste,
ela queria encontrar logo um lugar perfeito, pois se o jornal acabasse completamente,
sua fama estaria com os dias contados. Eles chegaram na entrada do atalho
indicado pela mulher que mostrou o lugar com sua simpatia tremenda e logo
depois mandou-lhes terem cuidado. Jhenifer agradeceu muito àquela mulher, pois
podia contar os segundos para sair dali. O portão que trancava a entrada estava
velho e caído, mas correntes fortes ainda tapavam a passagem. Com facilidade,
os jornalistas passaram pelas correntes e adentraram na trilha.
...
A caminhada não foi muito longa. Um
lenhador aparentemente nativo observou com um olhar de espanto, o quarteto
seguir a trilha larga. Nenhum diálogo foi desencadeado naquele percurso, mas
depois de quinze minutos May avistou os fundos de uma casa abandonada.
May
Triss: Gente... O que é aquilo?
Jhenifer: Obviamente uma
casa May... Não está vendo? – Jhenifer não gostava muito de May.
Savannah
Hill: Verdade... É bem velha... Será que aquela mulher estava errada
quando disse que não existia nenhum tipo de lugar sobrenatural por aqui? Aquilo
me parece bem assustador... rsrsrsrs.
May
Triss: Alguém está captando a mesma ideia que eu? Bill começa a gravar...
Essa é a casa perfeita para o documentário!
Bill James não era de questionar nada,
ele realmente não tinha opinião e sempre achava a ideia de qualquer pessoa algo
bom. Mesmo sem saber de quem era a casa ou mesmo se ainda morava alguém naquele
lugar, Bill puxou sua filmadora e fez uma das poucas coisas que fazia bem em
sua vida: filmar. May arrumou o cabelo e puxou uma folha de redação improvisada
por Savannah, mas sempre acrescentava algo.
GRAVANDO...
May
Triss: Olá queridos telespectadores! Estamos aqui em frente a casa mais
sinistra que encontramos em nosso percurso pelo interior. Nosso documentário
sobre o sobrenatural já está começando em estilo! Será que essa casa é
realmente assombrada? Ou será que nem tudo que parece é? Acompanhe tudo isso e
muito mais, pois nós iremos passar uma noite inteira nesse cenário macabro!
CORTA!
Bill
James: Ficou muito bom May!
Savannah
Hill: Passar a noite aqui? Você pirou?! Nós nem sabemos de quem é essa casa
e muito menos se é seguro aqui!
Jhenifer:
Verdade!
Eu não vou passar a noite nesse fim de mundo! Corta essa parte na edição
Bill...
May
Triss: Ele não vai cortar nada! Será que vocês não entendem? Essa é a nossa última
tentativa de salvar o jornal, se ele falir estaremos todos na miséria! Ou vocês
acham que algum jornal vai querer contratar profissionais que ajudaram o antigo
jornal a cair no fundo do poço? Claro que não suas crianças!
Savannah
Hill: Ela tem razão Jhen, é a única forma...
Jhenifer: Ainda não acho
uma boa ideia!
Eles entraram na casa. A porta estava
aberta. Aparentemente ninguém morava ali fazia anos. Uma foto estava em cima da
estante velha de madeira degradada. Uma família estava posando na foto. Uma
empregada, o pai, a mãe e uma linda bebezinha. Bill James retirou a foto do
lugar e começou a observar juntamente com seus amigos.
May
Triss: Que família estranha...
Bill
James: Estranha? Eles são muito feios! Isso sim...
Savannah
Hill: Bill! Não se fala dos mortos, os deixe descansarem em paz!
Jhenifer queria muito sair daquele
lugar, as teias de aranha e aparência velha da casa a assustavam muito, por
isso propôs logo que fossem para os quartos, já que iam passar a noite naquele
lugar. Todos assentiram. O primeiro quarto que entraram era aparentemente o da
menina. Sobre a cama, Savannah viu uma espécie de certificado de adoção.
NOME DA CRIANÇA: Milla A. Paik
PAIS ADOTIVOS: Grace A. Paik / Dean Paik
PAIS BIOLÓGICOS: Desconhecidos
CERTIFICADO APROVADO EM: 13/06/1966
Savannah
Hill: Ohhh! Aquele bebezinho da foto era adotado. Que gesto lindo... O
nome dela é Milla, nome bonito...
Bill
James: Bonito? Rsrsrsrsr...
Jhenifer: Os pais dela eram
a Grace e o Dean... Todos têm nomes bonitos... Mas vamos logo acabar com isso?
Vamos para o quarto dos pais, deve ser maior...
O quarto dos pais ficava ao lado.
Lençóis e cobertores sujos foram retirados e eles se aconchegaram ali. Savannah
estava tranquila e posicionando as câmeras quando viu duas cartas jogadas no
chão. Ela as pegou, sentou junto com Jhen e May e começou a ler.
NÃO SEI SE SOU
MAIS GRACE! ELE SABIA QUE EU NÃO PODERIA TER FILHOS! ELE SABIA! ENTÃO PORQUE
NÃO ME DEIXOU? AO INVÉS DISSO ELE PREFERIU ME TRAIR COM A EMPREGADA DOLLORES E
ME FAZER ADOTAR A CRIANÇA QUE TIVERAM JUNTOS SEM EU NEM IMAGINAR, UM FRUTO DE
SEU PRÓPRIO PECADO! MINHA VIZINHA BEM QUE ME AVISOU... ELE VAI PAGAR MUITO CARO
POR TER FEITO ISSO! MUITO CARO!
E começaram a ler a outra logo em
seguida:
NÃO! EU MATEI
TODOS... ATÉ MINHA FILHA... AQUELES DOIS TRAIDORES ME DERAM O MAIOR PRESENTE DE
TODOS E EU NÃO PERCEBI. NÃO SEI PORQUE RESOLVI ESCUTAR MINHA VIZINHA, MAS ELA
PARECIA TÃO BOA. NA VERDADE ELA SEJA, E SUA CAPA VERMELHA ESCONDE UMA PUREZA!
MAS EU SOU UM MONSTRO, AO CONTRÁRIO DELA, MATEI TODOS E AGORA VOU MATAR A MIM
MESMO, DESCULPE FILHA, VOCÊ SÓ TINHA 14 ANOS! DESCULPE, DESCULPE, DESCULPE,
DESCULPE.......
May
Triss: Nossa que pesado! Vamos embora daqui gente... Não estou me sentindo
bem!
Savannah
Hill: Será que essa pobre Grace não viu que essa vizinha armou tudo? Ela
sim era um monstro! Na verdade ela tinha algum propósito nisso tud...
Jhenifer: GENTE! Onde
está o Bill?
O silêncio e o nervosismo tomaram conta da
sala. Enquanto elas liam as cartas estranhas, Bill havia sumido sem deixar
rastros. May se levantou rapidamente, seu coração palpitava, ela ficava nervosa
muito rápido. Jhenifer olhava de um lado para o outro procurando com paciência
seu namorado, ela sabia o quanto ele era bobo, mas também sabia que não
costumava sumir. Savannah estava calma, Bill poderia ter ido ao banheiro ou
coisa do tipo, mas continuava em alerta. Jhenifer levantou e tranquilizando as
amigas, disse que ia procura-lo para que pudessem sair logo daquele lugar
esquisito.
...
A casa não era tão pequena, mas Jhenifer
resolveu voltar até o quarto da menina, quem sabe Bill não estivesse
improvisando uma gravação? Ela conhecia demais seu namorado para saber que ele
amava filmar e fotografar as coisas. O quarto da menina estava como antes. Ela
chamou o nome de Bill, mas ninguém respondeu. Uma caixinha de música velha
começou a tocar, ela sorriu, amava aquela música infantil. O fato da caixinha
de música tocar sozinha não a assustou, ela pensou que Bill poderia ter dado a
corda sem querer na caixinha e que a mesma só havia tocado naquele momento.
Ela se aproximou da caixinha e tentou
parar a música, mas não conseguiu. Nada que Jhenifer fizesse calava o aparelho.
As luzes se apagaram e Jhen se assustou. Ela estava tentando achar o
interruptor quando a luz tornou a acender. Uma menina apareceu sentada em uma
cadeira que estava vazia antes. A menina tinha os olhos fundos e negros, sangue
escorria de seus olhos e ela segurava uma boneca, perto do corpo de Bill, que
também apareceu ao seu lado, morto. As luzes apagavam e acendiam ao mesmo tempo
em que Jhen chorava e gritava. As portas batiam sem parar. A entidade gritou e
atacou Jhenifer, que foi enforcada até a morte.
...
O grito de Jhenifer foi audível. As
luzes do quarto dos pais apagaram. May e Savannah gritaram de horror quando as
mesmas acenderam: Os dois amantes estavam em pé ao lado da cama. A empregada
Dollores sangrava de uma pancada em sua testa provocada por um golpe de martelo,
ela apontava para a parede, onde continham desenhados símbolos de rituais de
bruxas, ao mesmo tempo em que a entidade masculina de Dean Paik aproximava-se
das meninas segurando um machado. May e Savannah correram rapidamente, pois se
deram conta de que aquelas pessoas já estavam mortas. Ao mesmo tempo em que
corria em pânico, Savannah raciocinava o mistério, e deduzia que a tal vizinha
era a culpada.
Elas chegaram até a cozinha. As luzes
começaram a piscar e uma mulher de preto apareceu. Um vestido longo e elegante
cobria todo o seu corpo, uma corda grossa e cortada descia de seu pescoço grosso
e inchado e seu rosto deformado revelava que era o fantasma de Grace Paik, a
assassina traída. May foi envolvida pela corda da mulher e rapidamente arrastada
e enforcada sem dó. A pobre Savannah só conseguia gritar de desespero e correr.
Todos os seus amigos estavam mortos. Ela tinha que fugir imediatamente.
As janelas estavam trancadas, as portas
travadas... Savannah Hill usou a adrenalina que não tinha para derrubar a porta
da frente com um chute. Suas pernas a faziam correr sem parar. Ela batia
violentamente contra o mato, mas não sentia dor. Seu corpo estava em desespero
total. Ela já estava saindo da trilha, quando seu coração se alegrou ao ver
duas mulheres. Uma delas era a figura simpática que tinha indicado o caminho, a
outra estava encapada de vermelho e não muito visível. Savannah caiu aos pés da
mulher desesperada.
Savannah
Hill: Moça! Graças a Deus! Aquela casa foi amaldiçoada! Eu desconfio que
algu...
A mulher cravou uma faca na barriga de
Savannah, que caiu surpresa...
Mulher: Eu já sabia...
Savannah
Hill: Você! Vo... Você é a responsável por todos os assassinatos daquela
casa! Grace, Dean, Milla e Dollores! Sua brux...
Mulher:
Claro
que não sua boba! Eu era apenas um bebezinho naquela época, quem fez tudo isso
foi a minha excelentíssima mãezinha.
Ela apontou para a figura ao seu lado. A
mulher de capuz vermelho sorriu, era um pouco velha.
Savannah
Hill: Você! Você é a vizinha... Mas por que?
A mulher levantou um machado e golpeou
mortalmente Savannah, que com sua visão turva e em seus últimos segundos de
vida ouviu as duas falando: Salve a Casa! Salve as Bruxas de Blaar! E indo
embora, juntamente com outros encapuzados que surgiram do mato.
- A CASA VAI RETORNAR -
CURTA-METRAGEM:
adorei
ResponderExcluirWell você está esquecendo de divulgar os posts :( Perdi vários
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