10 de janeiro de 2017

The HOUSE - (Completo)

The HOUSE – O primeiro capítulo


Os jovens May Triss Williams, Jhenifer Crownly, Bill James e Savannah Hill caminhavam sem parar nas escuras trilhas do interior macabro da cidade. A luz da filmadora de Bill piscava a cada trinta segundos, indicando que estava carregada e pronta para uso. Os pensamentos dos jovens jornalistas eram quase audíveis, eles tinham a “missão impossível” de resgatar a TV Green do buraco da falência.


Ideias já tinham sido ditas a respeito desses acontecimentos, mas a escolhida por seus superiores foi algo que a pobre Jhenifer não concordava: atividade paranormal. A jovem era medrosa demais para pensar em algo sobrenatural, embora fosse muito cética em relação a isso. Seu namorado Bill James era o filmador oficial do jornal, ele era muito bonito e ostentava um rosto simétrico e um corpo escultural. Savannah era a mais inteligente e calma de todas, foi recrutada pelo jornal para se responsabilizar pela criação de falas e roteiros de reportagem, ela sempre foi a corretora de redações do mesmo. May Triss era baixinha e bonita, sua personalidade forte atraia até mesmo garotos que já namoravam, como no caso de Bill, sempre se sentiu a líder de todo o grupo por ser a repórter oficial e a mais famosa.

O grupo avistou alguém recolhendo frutas. Uma mulher, aparentemente nativa, vestia uma capa cinza com muitas bolinhas pretas. A qualidade do tecido e as próprias estampas denunciavam que suas vestes haviam sido feitas em casa por ela mesma ou por alguma vizinha. May estava muito ansiosa para esperar algum de seus amigos reagirem, então se aproximou rapidamente da figura estranha, que trazia uma simpatia nata em seu olhar.

May Triss: Com licença...
Mulher: Olá? Posso ajudar?
May Triss: Somos repórteres de um jornal muito famoso chamado TV Green, me chamo May e estes são Savannah, Bill e Jhenifer... Estamos realizando um documentário por aqui, no interior, procurando... Como posso dizer?... Lugares com “atividade paranormal”... Por acaso você conhece algum?
Mulher: Ohhh não... As pessoas daqui são muito pacíficas, moro aqui desde criança com a minha mãe e nós nunca ouvimos nada...
Bill James: Que pena...
Mulher: Mas se vocês quiserem voltar logo para a estrada principal, posso mostrar um atalho muito rápido.
Bill James: Com certeza! Vai ser uma ótima ajuda...

A mulher olhou todos sorrindo e saiu andando rumo ao atalho enquanto os quatro jovens a seguiam. May estava triste, ela queria encontrar logo um lugar perfeito, pois se o jornal acabasse completamente, sua fama estaria com os dias contados. Eles chegaram na entrada do atalho indicado pela mulher que mostrou o lugar com sua simpatia tremenda e logo depois mandou-lhes terem cuidado. Jhenifer agradeceu muito àquela mulher, pois podia contar os segundos para sair dali. O portão que trancava a entrada estava velho e caído, mas correntes fortes ainda tapavam a passagem. Com facilidade, os jornalistas passaram pelas correntes e adentraram na trilha.

...

A caminhada não foi muito longa. Um lenhador aparentemente nativo observou com um olhar de espanto, o quarteto seguir a trilha larga. Nenhum diálogo foi desencadeado naquele percurso, mas depois de quinze minutos May avistou os fundos de uma casa abandonada.

May Triss: Gente... O que é aquilo?
Jhenifer: Obviamente uma casa May... Não está vendo? – Jhenifer não gostava muito de May.
Savannah Hill: Verdade... É bem velha... Será que aquela mulher estava errada quando disse que não existia nenhum tipo de lugar sobrenatural por aqui? Aquilo me parece bem assustador... rsrsrsrs.
May Triss: Alguém está captando a mesma ideia que eu? Bill começa a gravar... Essa é a casa perfeita para o documentário!

Bill James não era de questionar nada, ele realmente não tinha opinião e sempre achava a ideia de qualquer pessoa algo bom. Mesmo sem saber de quem era a casa ou mesmo se ainda morava alguém naquele lugar, Bill puxou sua filmadora e fez uma das poucas coisas que fazia bem em sua vida: filmar. May arrumou o cabelo e puxou uma folha de redação improvisada por Savannah, mas sempre acrescentava algo.

GRAVANDO...

May Triss: Olá queridos telespectadores! Estamos aqui em frente a casa mais sinistra que encontramos em nosso percurso pelo interior. Nosso documentário sobre o sobrenatural já está começando em estilo! Será que essa casa é realmente assombrada? Ou será que nem tudo que parece é? Acompanhe tudo isso e muito mais, pois nós iremos passar uma noite inteira nesse cenário macabro!

CORTA!

Bill James: Ficou muito bom May!
Savannah Hill: Passar a noite aqui? Você pirou?! Nós nem sabemos de quem é essa casa e muito menos se é seguro aqui!
Jhenifer: Verdade! Eu não vou passar a noite nesse fim de mundo! Corta essa parte na edição Bill...
May Triss: Ele não vai cortar nada! Será que vocês não entendem? Essa é a nossa última tentativa de salvar o jornal, se ele falir estaremos todos na miséria! Ou vocês acham que algum jornal vai querer contratar profissionais que ajudaram o antigo jornal a cair no fundo do poço? Claro que não suas crianças!
Savannah Hill: Ela tem razão Jhen, é a única forma...
Jhenifer: Ainda não acho uma boa ideia!

Eles entraram na casa. A porta estava aberta. Aparentemente ninguém morava ali fazia anos. Uma foto estava em cima da estante velha de madeira degradada. Uma família estava posando na foto. Uma empregada, o pai, a mãe e uma linda bebezinha. Bill James retirou a foto do lugar e começou a observar juntamente com seus amigos.



May Triss: Que família estranha...
Bill James: Estranha? Eles são muito feios! Isso sim...
Savannah Hill: Bill! Não se fala dos mortos, os deixe descansarem em paz!

Jhenifer queria muito sair daquele lugar, as teias de aranha e aparência velha da casa a assustavam muito, por isso propôs logo que fossem para os quartos, já que iam passar a noite naquele lugar. Todos assentiram. O primeiro quarto que entraram era aparentemente o da menina. Sobre a cama, Savannah viu uma espécie de certificado de adoção.

NOME DA CRIANÇA: Milla A. Paik

PAIS ADOTIVOS: Grace A. Paik / Dean Paik

PAIS BIOLÓGICOS: Desconhecidos

CERTIFICADO APROVADO EM: 13/06/1966

Savannah Hill: Ohhh! Aquele bebezinho da foto era adotado. Que gesto lindo... O nome dela é Milla, nome bonito...
Bill James: Bonito? Rsrsrsrsr...
Jhenifer: Os pais dela eram a Grace e o Dean... Todos têm nomes bonitos... Mas vamos logo acabar com isso? Vamos para o quarto dos pais, deve ser maior...
O quarto dos pais ficava ao lado. Lençóis e cobertores sujos foram retirados e eles se aconchegaram ali. Savannah estava tranquila e posicionando as câmeras quando viu duas cartas jogadas no chão. Ela as pegou, sentou junto com Jhen e May e começou a ler.


NÃO SEI SE SOU MAIS GRACE! ELE SABIA QUE EU NÃO PODERIA TER FILHOS! ELE SABIA! ENTÃO PORQUE NÃO ME DEIXOU? AO INVÉS DISSO ELE PREFERIU ME TRAIR COM A EMPREGADA DOLLORES E ME FAZER ADOTAR A CRIANÇA QUE TIVERAM JUNTOS SEM EU NEM IMAGINAR, UM FRUTO DE SEU PRÓPRIO PECADO! MINHA VIZINHA BEM QUE ME AVISOU... ELE VAI PAGAR MUITO CARO POR TER FEITO ISSO! MUITO CARO!


E começaram a ler a outra logo em seguida:


NÃO! EU MATEI TODOS... ATÉ MINHA FILHA... AQUELES DOIS TRAIDORES ME DERAM O MAIOR PRESENTE DE TODOS E EU NÃO PERCEBI. NÃO SEI PORQUE RESOLVI ESCUTAR MINHA VIZINHA, MAS ELA PARECIA TÃO BOA. NA VERDADE ELA SEJA, E SUA CAPA VERMELHA ESCONDE UMA PUREZA! MAS EU SOU UM MONSTRO, AO CONTRÁRIO DELA, MATEI TODOS E AGORA VOU MATAR A MIM MESMO, DESCULPE FILHA, VOCÊ SÓ TINHA 14 ANOS! DESCULPE, DESCULPE, DESCULPE, DESCULPE.......


May Triss: Nossa que pesado! Vamos embora daqui gente... Não estou me sentindo bem!
Savannah Hill: Será que essa pobre Grace não viu que essa vizinha armou tudo? Ela sim era um monstro! Na verdade ela tinha algum propósito nisso tud...
Jhenifer: GENTE! Onde está o Bill?

O silêncio e o nervosismo tomaram conta da sala. Enquanto elas liam as cartas estranhas, Bill havia sumido sem deixar rastros. May se levantou rapidamente, seu coração palpitava, ela ficava nervosa muito rápido. Jhenifer olhava de um lado para o outro procurando com paciência seu namorado, ela sabia o quanto ele era bobo, mas também sabia que não costumava sumir. Savannah estava calma, Bill poderia ter ido ao banheiro ou coisa do tipo, mas continuava em alerta. Jhenifer levantou e tranquilizando as amigas, disse que ia procura-lo para que pudessem sair logo daquele lugar esquisito.

...

A casa não era tão pequena, mas Jhenifer resolveu voltar até o quarto da menina, quem sabe Bill não estivesse improvisando uma gravação? Ela conhecia demais seu namorado para saber que ele amava filmar e fotografar as coisas. O quarto da menina estava como antes. Ela chamou o nome de Bill, mas ninguém respondeu. Uma caixinha de música velha começou a tocar, ela sorriu, amava aquela música infantil. O fato da caixinha de música tocar sozinha não a assustou, ela pensou que Bill poderia ter dado a corda sem querer na caixinha e que a mesma só havia tocado naquele momento.

Ela se aproximou da caixinha e tentou parar a música, mas não conseguiu. Nada que Jhenifer fizesse calava o aparelho. As luzes se apagaram e Jhen se assustou. Ela estava tentando achar o interruptor quando a luz tornou a acender. Uma menina apareceu sentada em uma cadeira que estava vazia antes. A menina tinha os olhos fundos e negros, sangue escorria de seus olhos e ela segurava uma boneca, perto do corpo de Bill, que também apareceu ao seu lado, morto. As luzes apagavam e acendiam ao mesmo tempo em que Jhen chorava e gritava. As portas batiam sem parar. A entidade gritou e atacou Jhenifer, que foi enforcada até a morte.

...

O grito de Jhenifer foi audível. As luzes do quarto dos pais apagaram. May e Savannah gritaram de horror quando as mesmas acenderam: Os dois amantes estavam em pé ao lado da cama. A empregada Dollores sangrava de uma pancada em sua testa provocada por um golpe de martelo, ela apontava para a parede, onde continham desenhados símbolos de rituais de bruxas, ao mesmo tempo em que a entidade masculina de Dean Paik aproximava-se das meninas segurando um machado. May e Savannah correram rapidamente, pois se deram conta de que aquelas pessoas já estavam mortas. Ao mesmo tempo em que corria em pânico, Savannah raciocinava o mistério, e deduzia que a tal vizinha era a culpada.

Elas chegaram até a cozinha. As luzes começaram a piscar e uma mulher de preto apareceu. Um vestido longo e elegante cobria todo o seu corpo, uma corda grossa e cortada descia de seu pescoço grosso e inchado e seu rosto deformado revelava que era o fantasma de Grace Paik, a assassina traída. May foi envolvida pela corda da mulher e rapidamente arrastada e enforcada sem dó. A pobre Savannah só conseguia gritar de desespero e correr. Todos os seus amigos estavam mortos. Ela tinha que fugir imediatamente.

As janelas estavam trancadas, as portas travadas... Savannah Hill usou a adrenalina que não tinha para derrubar a porta da frente com um chute. Suas pernas a faziam correr sem parar. Ela batia violentamente contra o mato, mas não sentia dor. Seu corpo estava em desespero total. Ela já estava saindo da trilha, quando seu coração se alegrou ao ver duas mulheres. Uma delas era a figura simpática que tinha indicado o caminho, a outra estava encapada de vermelho e não muito visível. Savannah caiu aos pés da mulher desesperada.

Savannah Hill: Moça! Graças a Deus! Aquela casa foi amaldiçoada! Eu desconfio que algu...
A mulher cravou uma faca na barriga de Savannah, que caiu surpresa...
Mulher: Eu já sabia...
Savannah Hill: Você! Vo... Você é a responsável por todos os assassinatos daquela casa! Grace, Dean, Milla e Dollores! Sua brux...
Mulher: Claro que não sua boba! Eu era apenas um bebezinho naquela época, quem fez tudo isso foi a minha excelentíssima mãezinha.
Ela apontou para a figura ao seu lado. A mulher de capuz vermelho sorriu, era um pouco velha.
Savannah Hill: Você! Você é a vizinha... Mas por que?


A mulher levantou um machado e golpeou mortalmente Savannah, que com sua visão turva e em seus últimos segundos de vida ouviu as duas falando: Salve a Casa! Salve as Bruxas de Blaar! E indo embora, juntamente com outros encapuzados que surgiram do mato.



- A CASA VAI RETORNAR -

CURTA-METRAGEM:





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