19 de novembro de 2016

Creepypasta: Troca de lado comigo?


Por vezes chamei você até mim. Você procurava por toda casa a voz de quem o chamava, perguntando a todos quem era que precisava de sua ajuda. Eu sempre gostava de fazer isso com você. Lembro-me como se fosse hoje de quando você desconfiou pela primeira vez de que não poderia ser ninguém da casa, foi quando você passou a procurar a voz que te chamava, sem encontrar um único vestígio sequer. O sentimento de medo o fez trazer mais espelhos para o quarto, para que você pudesse observar o que estava a sua volta. Claramente você só conseguia olhar a si próprio refletido no objeto. Sua paranoia me alimentava, eu ia ficando cada vez mais forte. Você tinha atingido a idade que eu mais sonhara obter, por isso voltei a te chamar depois de anos. Você não lembrava de quem eu era, nem mesmo que alguém te chamava quando você tinha seus míseros doze anos. Sua vida estava no mais alto raking que eu pude imaginar para você. Noivo, rico, casa própria, emprego dos sonhos... Tudo o que eu imaginava para sua vida, tudo o que eu mais sonhei para você.


A hora havia chegado. Você já estava exatamente onde eu queria. Sua noiva era aquilo que eu sempre sonhei, seu trabalho me causava felicidade, sua casa era a mais perfeita em toda sua vida, seu corpo já estava desenvolvido e esculturalmente perfeito... A hora era aquela. Uma noite sozinho em seu solitário apartamento foi o suficiente para que eu pudesse lhe chamar mais uma vez do único lugar no qual você havia me deixado nessa casa: No banheiro. Não entendo as razões porque uma casa tão grande se você só podia me encontrar no banheiro, o único cômodo da casa onde existia um espelho.

Eu te chamei mais uma vez. Você achou esquisito, por isso perguntou se sua noiva havia chegado em casa e chamado seu nome, mas ninguém respondeu. Eu não tinha dúvidas de que aquela era a hora crucial, por isso chamei novamente, dessa vez mais alto. Você se levantou do sofá, no qual desperdiçava grande parte de sua folga, e caminhou em direção ao banheiro lentamente. Eu  chamei novamente para ter certeza de que você seguiria até mim.

O banheiro estava vazio. Ninguém estava dentro dele. Você fez o que não fazia há muito tempo: Encarou seu reflexo no espelho. Seu reflexo se moveu, não era você, era eu! Por vinte e quatro anos eu fui onde você foi, fiz o que você fazia, dormi na hora em que você dormia e era obrigado a te seguir! Mas isso mudou. Eu te puxei com toda a força para dentro do espelho em quanto sussurrava uma pergunta na qual independente de sua resposta eu ia continuar fazendo: Troca de lado comigo?

Você trocou! Bom garoto! Agora vai passar o resto dos MEUS dias servindo-me. Sua noiva agora é minha, sua casa agora é minha, seu emprego agora é meu e sua felicidade agora se transformou na minha e você vai ser obrigado a sorrir quando eu sorri mesmo que esteja triste, vai sofrer o que sofri durante vinte e quatro anos. Obrigado pela sua vida perfeita.



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