Essa
é uma história real, retratada por um morador antigo do distrito de Sucatinga –
Ceará. Antes de falecer, o retratado nunca parou de falar nesse relato. Essa
foi uma época de tremendo terror entre os moradores, pois todos falavam de um
lobisomem que rodava a cidadela, e muitos dos que contavam as histórias, tinham
marcas que podiam provar a veracidade delas.
“Minha casa sempre ficou um pouco
afastada do centro de nossa "vila", onde na verdade não tinha muita
coisa naquele tempo. Certa noite, eu me arrumei e saí de casa rumo ao centro
local, onde existia o maior número de pessoas. Como naquele tempo não existia a
internet e o telefone era mais difícil de ter, conversar na praça era o que
mais estava em alta. O caminho até a praça era muito escuro e cercado de
árvores e um imenso matagal. Poucas casas estavam construídas ao redor da
travessia.
Notei movimento atrás de mim. Mas
continuei, normalmente. Nada poderia se passar pela minha cabeça, pois sempre
havia feito esse trajeto. Levemente resolvi olhar para trás. Não conseguia ver
muito bem, mas perto de uma árvore enorme estava um animal muito grande. De
início, achei certo não ligar, já que o animal não me causava mal algum. De
repente, a coisa ficou muito mais estranha do que parecia. A criatura começou a
caminhar em minha direção, quando olhei mudei levemente minha impressão sobre o
que poderia ser. Parecia uma espécie de lobo.
Continuei caminhando, ele apenas me
seguia, sem parar. Meu espinhaço congelou de imediato, relembrei as histórias e
relatos dos moradores de minha cidadezinha, eles assustavam a cidade inteira
falando sobre encontro com lobisomens. Eu não sabia o que fazer, por isso
tentei ignorar tudo o que estava acontecendo e tudo o que eu estava pensando.
O bicho começou a apressar o passo e eu
também. Meu desespero foi grande nesse momento. Quando olhei mais adiante, avistei
uma árvore conhecida em nossa cidadela, como “Pé de Benjamim”. Subi rapidamente
naquela planta, pois foi a reação de medo mais rápida que tive nos longos
cinquenta segundos de perseguição. Gelei mais ainda quando, olhando para baixo,
vi o bicho parando perto do pé de benjamim.
A criatura ficou olhando com seus olhos
brilhantes para mim sem parar, parado embaixo da árvore. Ele parecia ter presas
e era muito grande e realmente aparentava ser preto. Ele passou um bom tempo
parado me olhando, enquanto eu me tremia de medo e procurava não encará-lo. Algo
o distraiu em um instante, e ele se posicionou e saiu correndo em uma
velocidade incrível, onde eu só pude ver o vulto preto se afastando.
Ele foi em direção ao
"centro". Quando não o avistei mais, corri rapidamente na mesma
direção, mas ninguém tinha visto passar nenhuma criatura. Meu pensamento ficou
aflito por meses, eu conclui que, pela velocidade demonstrada pelo lobo, ele
poderia ter me pegado quando quisesse. Mas porque não tinha me pegado? Eu
matuto isso até hoje.”
Divulguem <3
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